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sexta-feira, 22 de julho de 2011

SAGA BRASILEIRA

Por Míriam Leitão

(um trecho pertinente para a pauta de hoje. Pitacos recomenda a leitura do livro, com veemência)

“Não temos o monopólio dos escândalos políticos, mas o que nos diferencia de outros países é que aqui as revelações de mau comportamento não têm levado a correção de rumo. No passado nos acostumávamos à inflação, como temos nos acostumados à piora da prática política. Perdemos a noção do valor e preço na economia durante o processo inflacionário, como hoje perdemos a noção dos valores a preservar para garantir a qualidade da democracia. Não estamos condenados ao clientelismo, à confusão entre o público e o privado, à corrupção, como não estávamos condenados à inflação crescente”.

“... Certos fatos políticos nos desanimam como os fracassos dos planos econômicos. O desânimo pode nos levar a considerar que o Brasil é “assim mesmo”, frase muito ouvida na era da bagunça econômica. O Brasil não é assim; será apenas se quisermos que seja. Na política são necessários aperfeiçoamentos na forma de representação, nas regras partidárias, na transparência das campanhas. Há muito a fazer. Mas não adianta despejar um conjunto de normas num projeto e aprová-los no Congresso. A chance de virarem letra morta é grande. Não há uma revolução política possível, um dado momento de libertação do clientelismo; não há uma pessoa que encarne sozinha a mudança. De novo, será um processo de avanços, de construção de valores, de mudanças sucessivas que levem a mais legitimidade, mais transparência nos gastos públicos e ao hábito de prestação de contas.”

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